1 de jul. de 2011

Gucci Grife completa 90 anos com uma trajetória de cinema

No enredo da Gucci, Frida Giannini é a atual heroína. Desde 2006 na direção criativa da marca, a estilista veste a camisa, ou melhor, o tubinho cheio de recortes da grife. Antes dela, havia Tom Ford. E, como um bom roteirista de filmes de Hollywood, ele ajudou a mudar o curso da trama e transmitiu seus ensinamentos para uma dedicada discípula. "Meu maior desejo é deixar um legado para a marca e viver cercada de um design inovador, seguindo o espírito de Guccio Gucci", diz Frida em entrevista exclusiva à ELLE.
1980: Fachada da Gucci na via Condotti.
A história da maison italiana, que tem todos os ingredientes de um blockbuster, começou em Florença, em 1921, ano em que Guccio abriu as portas de uma pequena companhia especializada em leather goods. Sabiamente, ele se inspirou na classe inglesa para criar uma estética refinada, perfeita para as clientes que já na época rodavam o mundo.
1950: Aldo Gucci, em frente à loja de Roma.
Conquistou de cara a aristocracia, sobretudo a parcela ligada ao mundo equestre, que caiu de amores pelo Horsebit, símbolo inspirado na selaria
1964: Sophia Loren, uma das clientes conquistadas na década
Nos anos 1950, auge do cinema de Hollywood, a Gucci caiu nas graças das divas. Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor, Jacqueline Onassis e Grace Kelly, que ganhou um lenço feito especialmente para ela, o Flora, eram clientes. Até no museu, a Gucci foi parar: um mocassim com o tradicional Horsebit entrou para a coleção permanente do Costume Institute, do Metropolitan, de Nova York. Mas o faturamento alto e a fama se transformariam em drama. Nos anos 1960, quando o duplo G passou a ser adotado, uma crise na família, provocada por acusações de sonegação fiscal, afetou a reputação da grife. Mas o pior estava por vir: em 1995, Maurizio Gucci, sobrinho neto de Guccio, foi assassinado a mando de sua ex-mulher. Ele foi o último membro da família a dirigir a empresa.
1960: Audrey Hepburn, com uma Gucci bag.
Depois de um período de ostracismo, outra mudança. Em 1999, o poderoso grupo PPR arrematou a grife. Coube então à dupla Tom Ford e Domenico de Sole revitalizar o império. Ford assumiu a direção criativa em 1994 e ficou no comandou por dez anos. Impressionou crítica e público já em sua primeira coleção. Com o lema "sex sells", apimentou os clássicos da Gucci com decotes, fendas, cores, estampas e novas proporções. Graças ao estilista, os dois Gs voltaram ao bê a bá das editoras de moda e à rota de compras das celebridades. Domenico de Sole, do seu lado, fez uma participação especial: enxugou licenciamentos e franquias, reconstruindo a sensação de exclusividade.
Enquanto Ford brilhava, em 2002, Frida Giannini, vinda da Fendi, começava a dar seus primeiros passos na Gucci, criando bolsas. Dois anos depois, deixou a vaga de coadjuvante, assumiu o departamento de acessórios e, no ano seguinte, a linha de prêt-à-porter feminino. Frida suavizou a sensualidade de Ford e imprimiu um novo estilo na Gucci, batendo na tecla da elegância sem esforço. "Quem é verdadeiramente elegante nunca pode deixar para trás a sua atitude e as suas maneiras", defende ela, que não esconde sua preferência por roupas poderosas. "Crio para uma mulher que quer ser respeitada por suas ideias e realizações, como profissional, mãe ou, frequentemente, as duas coisas." Sob o comando dela, a Gucci ganhou ainda uma linha infantil e a Première, uma audaciosa aposta no rarefeito mundo da alta-costura, lançada em pleno Festival de Cannes em 2010.
1991: Lady Di com sua Bamboo bag.
Coleção do inverno 1999/2000.

1995

O look boyish foi um dos primeiros feitos por Tom Ford.

2006

Frida Giannini assume a Gucci e passa a apostar na elegância.

2010

Sensualidade e elegância: marcas de Frida.

2011

Hilary Swank com um longo Gucci Première no Oscar.

2011

Contraste de cores no inverno: aposta em mulheres fortes.

Bolsas

Ao longo das décadas, a Gucci lançou algumas das bolsas mais importantes do planeta fashion.
BAMBOO
Esta bolsa surge por acaso, como uma saída para a escassez de couro durante a guerra. Em 1947, Aldo Gucci, filho de Guccio, resolve aplicar bambu japonês no lugar da alça de couro. Entre 1995 e 1996, Tom Ford retoma o uso do material e estimula o desejo pela bolsa original. Em 2010, Frida Giannini propõe diferentes tamanhos, cores e materiais, deixando a Bamboo mais contemporânea.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
BolsasAo longo das décadas, a Gucci lançou algumas das bolsas mais importantes do planeta fashion.
BAMBOO
Esta bolsa surge por acaso, como uma saída para a escassez de couro durante a guerra. Em 1947, Aldo Gucci, filho de Guccio, resolve aplicar bambu japonês no lugar da alça de couro. Entre 1995 e 1996, Tom Ford retoma o uso do material e estimula o desejo pela bolsa original. Em 2010, Frida Giannini propõe diferentes tamanhos, cores e materiais, deixando a Bamboo mais contemporânea.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
Bolsas
HORSEBIT
A ferragem tem como referência de design o universo da selaria dos cavalos. Foi aplicada pela primeira vez em bolsas nos anos 1930 e logo ganhou todos os acessórios da grife. A simbologia da ferragem ganhou dimensão eterna quando chegou aos mocassins masculinos, que foram amplamente divulgados pelos atores John Wayne e Fred Astaire e chegaram ao museu.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
BolsasHE JACKIE
Criada no fim dos anos 1950, em 1961 a bolsa ganhou oficialmente o apelido da então primeira-dama americana. Jacqueline Kennedy afinal de contas fez por merecer: foi fotografada muitas vezes usando o modelo.
Em 1999, Tom Ford teve a ideia de relançá-la em diversas cores, com grande sucesso. Dez anos mais tarde, Frida Giannini a reinventou e batizou a bolsa como The New Jackie.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
Bolsas
FLORA
Vasculhando os arquivos da grife, Frida Giannini recriou em uma bolsa a estampa Flora. A criação das 140 flores que compõem o desenho do artista Vittorio Accornero aconteceu a pedido de Rodolfo Gucci, filho de Guccio, e foi impressa originalmente em uma echarpe, desenvolvida para Grace Kelly em 1966. O lenço entrou para o hall da fama da grife. A bolsa nasceu já como ícone em 2005.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
2008
Raquel Zimmermann é o rosto do perfume.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
2009
Leveza no anúncio do perfume Flora.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
2010
O ator James Franco na versão masculina da clássica fragrância.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
2011
Evan Rachel Wood na campanha dirigida por Frank Miller.
Fotos Foto Locchi, Farabolafoto e divulgação
por Laura Artigas / fotos divulgação
elle.abril.