Jennifer Lopez, Beyoncé, Katy Perry, Fergie, Taylor Swift e Christina Aguilera têm muitas coisas em comum. Além de lindas, ricas e divas da música, todas desfilaram mais de uma vez criações do designer libanês Zuhair Murad em red carpets mundo afora. Descoberto pelas hollywoodianas em meados de 2008, o estilista tem feito a cabeça de muitas celebridades que buscam peças exclusivas e ultraglamourosas. Mas Murad não veste apenas famosas, que fique bem claro. Em seu ateliê em Beirute, ele atende com hora marcada senhoras da alta-sociedade árabe. Já as afortunadas europeias podem comprar suas criações na loja parisiense da rue François 1er, pertinho das avenidas Montaigne e Champs-Elysées.
Famoso pela opulência e pelo luxo, Murad passa longe da cartilha do minimalismo. A receita para enfeitiçar as mulheres, aliás, é maximalista: organza, musseline, seda, renda, aplicações de brocados, brilhos… Tudo usado ao mesmo tempo!
Famoso pela opulência e pelo luxo, Murad passa longe da cartilha do minimalismo. A receita para enfeitiçar as mulheres, aliás, é maximalista: organza, musseline, seda, renda, aplicações de brocados, brilhos… Tudo usado ao mesmo tempo!
Criador e criatura: Zuhair Murad e um de seus vestidos mágicos.
O amor pelos vestidos exuberantes surgiu cedo. "Enquanto meus colegas de escola desenhavam aviões e caminhonetes, eu esboçava croquis de vestidos, que depois dava à minha mãe".
O menino que desenhava roupas que pareciam saídas de contos de fadas logo chamou a atenção da ala feminina da família. Aos 15 anos, Zuhair já vendia seus croquis a amigas e parentes. "Mais tarde, descobri o mundo mágico de Christian Dior e suas coleções atemporais. Ele me abriu a porta para uma fonte inesgotável de feminilidade, que nunca mais abandonei."
Couture
Bordados, transparência e sensualidade na coleção de alta-costura do inverno 2011/2012.Em 1995, depois de se formar em artes e desenho, o designer montou seu ateliê em Beirute, cidade que continua sendo o QG de criação da marca. Seis anos mais tarde, em 2001, estreou na semana de moda parisiense, em que desfila até hoje. Assim como seu compatriota mais famoso (e com mais anos de estrada), Elie Saab, Murad leva às passarelas um je ne sais quoi de seu background árabe em traços, formas e estampas sedutores, aliados ao padrão clássico ocidental. Um resultado que cria o desejo imediato.
Mas, afinal, o que é que o Líbano tem para ser o berço de designers tão sensíveis aos desejos femininos? "A natureza do país é uma grande fonte de inspiração. Os mais variados tons se misturam para criar cenários maravilhosos em todas as estações do ano. Somado a isso, o contexto urbano, com um mix das culturas européia e oriental, resquício das civilizações que passaram por aqui, é muito rico", explica Murad. "No Líbano, todo mundo acompanha a moda. A elegância é um estilo de vida."
Sem se guiar por tendências da estação, Murad busca inspiração nas próprias mulheres, o que talvez ajude a explicar seu sucesso. "Crio para elas e me inspiro por elas. É um ciclo perfeito. Penso em uma mulher extremamente feminina, elegante, suntuosa e contemporânea. É alguém que entende de moda e é confiante em si e em suas escolhas. Ela tem alguma coisa que nos intriga e nos perturba, mas nunca conseguimos identificar o que é. Aí está o elemento misterioso que tento capturar enquanto desenho."
Os vestidos de couture que nos fazem suspirar são o fruto dessa inspiração e de um trabalho árduo, realizado por uma equipe numerosa, que vive sob o comando de um mago. "Fazer uma coleção se tornar realidade é um longo processo. Misturamos, cortamos, modificamos, trocamos. É uma tarefa sempre em desenvolvimento, até chegarmos às combinações perfeitas para cada vestido", revela Murad. Uma verdadeira alquimia feita sob medida para o seu closet.
A modelo Camila Alves posa ao lado do marido, Matthew McConaughey, a bordo de um vestido do designer.
A atriz Sofia Vergara é outra fã do libanês.
elle.abril